Claudinho da Geladeira retorna ao cargo de prefeito e fala em diálogo e união entre os poderes

O prefeito de Rio Grande da Serra, Claudinho da Geladeira (PSDB), retornou oficialmente ao comando do município nesta sexta-feira (17/09) após conseguir uma liminar que anulou o afastamento de 90 dias aprovado pelos vereadores, juntamente com a instauração de processos de impeachment na Câmara Municipal.

Em coletiva de imprensa realizada no início da tarde desta sexta-feira (17/09), o tucano destacou que irá propor uma unidade política na cidade, além de buscar dialogar com os vereadores. “A gente precisa dialogar mais. Durante o governo, vimos secretários que precisávamos mudar, mas nós queremos dialogar com todo mundo, com a Câmara. Não dá pra governar sem a Câmara. A cidade precisa muito da união de todos”, disse.

Questionado sobre as denúncias que estão sendo analisadas pelos vereadores através das comissões processantes, o prefeito foi sucinto ao dizer que as denúncias não o atingem diretamente. “A gente não tinha nada que eles colocaram lá, você vê que a sessão passou por cima de muita coisa, tanto que o mandado de segurança garantiu imediatamente o nosso retorno”, comentou o tucano.

O prefeito também falou da falta de governabilidade gerada pela dificuldade financeira que o município enfrenta, principalmente por conta de dívidas e do sequestro de recursos feito pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo nos cofres da Prefeitura. “A dificuldade é grande para administrar a cidade, dentro daquilo que a gente pegou”.

Tentativa de golpe?

Questionado sobre a possibilidade de estar sofrendo um golpe, Claudinho comentou que “é difícil responder sobre isso, porque isso nunca aconteceu na história de Rio Grande da Serra. Praticamente todas as denúncias não me atingem. Já Admir Ferro, atual secretário de Governo, afirmou que se trata sim de uma tentativa de golpe. “O prefeito não quer dizer, mas foi golpe sim. Aqui ficou claro, para quem assistiu a sessão, que foi golpe. Não tem nada contra o prefeito”, comentou.

Posteriormente, ainda sobre o tema, Admir relatou que não estava dizendo que foi golpe dos vereadores, mas sim de um grupo político.”Tem vereadores que fazem parte desse grupo político, que quer a cassação pela cassação, agora tem vereadores que entraram de forma inocente mesmo. Mas isso tenho certeza que será revertido na hora que esses vereadores perceberem que o prefeito está de boa fé”, comentou.

Entenda o caso

Na última quarta-feira (15/09), o prefeito Claudinho da Geladeira foi afastado pelos vereadores da cidade, após a aprovação de duas denúncias contra o tucano, instaurando-se duas comissões processantes para investigação dos casos. Entre as acusações, está que o prefeito se recusava a responder requerimentos formulados por vereadores, bem como a ausência de portarias de nomeação de servidores comissionados.

No dia seguinte, a vice-prefeita Penha Fumagalli (PTB) assumiu a Prefeitura interinamente, mas acabou deixando o cargo após uma decisão judicial.

Para ler mais sobre o assunto, acesse: Rio Grande da Serra tem dois prefeitos em menos de 24 horas