Pandemia do coronavírus provoca aumento de doenças graves no Grande ABC – O Grande ABC

Pandemia do coronavírus provoca aumento de doenças graves no Grande ABC

Assim como em países da Europa e nos Estados Unidos, o fenômeno de redução de atendimentos de doenças cardiológicas e demais problemas de assistência emergencial por medo de contrair a Covid-19, também tem impactado o Brasil. Em São Paulo, mais precisamente no ABC paulista, as unidades hospitalares da Rede D’Or São Luiz, maior grupo de hospitais privados do País, relatam cerca de 70% na diminuição do atendimento dessas doenças em estados agravados, bem como o mesmo percentual na queda nos tratamentos de problemas crônicos na região. Os números são alarmantes, mas não procurar assistência médica pode deixar esse cenário ainda mais preocupante sob o aspecto da saúde da população. Por isso, todas as unidades reforçam que desde o início da pandemia, adotaram fluxos independentes em todas as suas dependências para garantir a segurança e saúde dos pacientes, que podem procurar assistência médica normalmente.

As doenças cardiovasculares são a principal causa de óbitos no mundo. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), somente no Brasil, cerca de 14 milhões de pessoas apresentam alguma doença cardíaca, cenário que se tornou ainda mais preocupante com a pandemia, que reduziu os atendimentos para a marca de 70% em escala nacional. De acordo com Thiago Líbano, coordenador de cardiologia da Rede D’Or no ABC, o equívoco de não procurar assistência médica quando apresentar sintomas e deixar a situação se agravar, pode resultar em sequelas irreversíveis e inclusive no aumento da mortalidade. “Temos recebido casos de pessoas que têm buscando ajuda médica tardia e os casos começam a se tornar bem críticos, correndo risco de morte. Um exemplo foi a chegada de um paciente que há 10 dias estava com angina – dor e sensação de pressão no peito, quando o músculo cardíaco não recebe oxigênio suficiente – e, mesmo assim, permaneceu em casa por medo ir até o hospital”, conta Líbano. 

O alerta do coordenador também abrange pacientes com doenças crônicas. Segundo ele, os tratamentos dessas condições requerem acompanhamento regular de um especialista, e, devido a pandemia, esse número também diminuiu em 70% nas unidades em que é responsável. 

De acordo com Stephanie Padovesi, coordenadora do Pronto-Socorro do Hospital e Maternidade Brasil, da Rede D’Or São Luiz em Santo André, assim como o infarto e demais problemas cardíacos de caráter emergencial, o AVC (Acidente Vascular Cerebral) também está no ranking de doenças graves que necessitam de atendimento imediato e estão sendo subestimadas por causa do medo ao coronavírus. “Chegamos a receber paciente com quadro de AVC há 4 dias e não tinha procurado assistência. O medo é compreensível diante do momento que estamos enfrentando, mas é preciso reforçar que os hospitais estão tomando todas as medidas de segurança preconizadas pelo Ministério da Saúde e estão com fluxos de atendimentos completamente independentes para garantir a segurança de todos”, explica a médica. 

A saúde não pode parar 

A Rede D’Or São Luiz está seguindo as mais atuais recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), e implementou protocolos rígidos em todas unidades para receber os pacientes, bem como todos os seus colaboradores, para mantê-los em segurança, seja qual for a necessidade médica. 

“Devido a pandemia, em todas as unidades existem fluxos completamente independentes para pacientes com suspeita de covid-19, assim como para os pacientes sem sintomas gripais, desde a entrada e triagem nos prontos-socorros até consultas no Centros Médicos, internações, UTI (Unidade de Terapia Intensiva), maternidades e Centros Cirúrgicos”, esclarece Maurício Uhle, diretor regional da Rede D’Or São Luiz no ABC. 

No Hospital Brasil, por exemplo, além do fluxo independente dos prontos-socorros, foi construído um pronto atendimento exclusivo para Covid-19 com alas separadas para pacientes com suspeita e para aqueles que apresentam síndrome gripal, mas ainda não configuram suspeitos. Além de triagens separadas para gestantes, pacientes oncológicos e demais grupos de risco. Nos Centros de Diagnósticos, por exemplo, existem aparelhos independentes para pacientes com e sem sintomas gripais, como o tomógrafo. 

Muitas das unidades possuem Centros Médicos fora das unidades hospitalares, e esses ambientes foram ampliados para estabelecer fluxos exclusivos para cada tipo de paciente em todas as áreas, bem como cada um dos profissionais está treinado e preparado para orientações que garantem uma experiência rápida e segura dentro das instalações, com consultas espaçadas para evitar aglomerações e contato entre pacientes. E as especialidades que atendem pacientes com quadros gripais foram realocadas por tempo indeterminado. 

Nas dependências internas, todas as medidas de proteção são tomadas desde a sua entrada na internação até o pós-operatório. Para a realização de cirurgias o acesso ao Centro Cirúrgico desde os elevadores e corredores, assim como salas, equipamentos exclusivos e alas de internação, também seguem fluxos separados. Nas cirurgias eletivas, a preparação do paciente nos exames pré-operatórios segue o padrão com áreas de coletas diferentes para suspeitos e não-suspeitos. Já nas cirurgias de urgências, devido ao caráter emergencial, todos passam por uma tomografia de tórax a fim de investigar sintomas da Covid-19. 

“Antes de qualquer procedimento agendado, toda a equipe médica envolvida – assim como paciente e acompanhante – fazem testagem prévia pra Covid-19 e a rotina de limpeza e higienização de superfícies em todas as áreas das unidades também foi intensificada. Todas essas medidas garantem a saúde e segurança dos pacientes e reforçam a importância de continuar os tratamentos médicos e, principalmente, procurar assistência quando necessário”, finaliza Uhle. 

Sobre a Rede D’Or São Luiz 

Fundada em 1977, a Rede D’Or São Luiz é a maior rede de hospitais privados do Brasil com presença no Rio de Janeiro, São Paulo, Distrito Federal, Pernambuco, Maranhão, Sergipe e Bahia. O Grupo opera com 49 hospitais, sendo 48 próprios e um hospital sob gestão. A Rede possui 7,5 mil leitos totais, e tem planos de chegar a 11 mil leitos até 2022. São, ao todo, 51,8 mil colaboradores e 87 mil médicos credenciados, que realizam cerca de 4,05 milhões de atendimentos de emergência, 278 mil cirurgias, 33 mil partos e 476 mil internações no último ano, além de 8,2 mil cirurgias robóticas em quatro anos do início deste novo serviço. A Rede D’Or São Luiz também conta com a Oncologia D’Or e Onco Star, rede de clínicas especializadas em tratamento oncológico em oito estados brasileiros. 

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