Homem morre de covid em Hospital de São Bernardo e mãe infectada ainda não sabe – O Grande ABC

Homem morre de covid em Hospital de São Bernardo e mãe infectada ainda não sabe

Um vigilante de 31 anos morreu no último domingo (12) no Hospital Intermédica ABC, em São Bernardo, com o novo coronavírus (Covid-19). Sua mãe, intubada na UTI do Hospital Guilherme Álvaro, também com covid, ainda não sabe da morte do filho.

Outros três membro da família também pegaram o coronavírus. A principal suspeita da irmã do rapaz, que é técnica de enfermagem, é que a família teria se contaminado durante a internação do pai, de 60 anos, no Hospital Municipal de Cubatão por conta de dois Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs), ocorridos em 20 de março.

“Toda a família se revezou no acompanhamento dele, que ficou tetraplégico e perdeu os movimentos abaixo do pescoço. Desde os primeiros casos da doença na China, eu fiz um estoque de luvas e máscaras. Tomávamos cuidado extra com a higiene e eu não deixava meus pais saírem de casa. Mas por conta dos AVCs, precisamos ir ao hospital e como as refeições dos acompanhantes e dos funcionários acontecem no mesmo refeitório, creio que mesmo com todos os cuidados da equipe e da família em um desses momentos alguém pegou e passou para os outros”, disse.

Segundo a técnica de enfermagem, o irmão começou a sentir febre, tossir bastante e ter falta de ar no dia 30 e chegou a procurar atendimento médico na Praia Grande. Ele teria sido liberado após ser medicado com dipirona.

Já no dia 2 de abril, com o quadro deteriorado e sem conseguir andar, Luiz foi transferido pelo convênio para o Hospital Intermédica ABC, em São Bernardo do Campo, onde permaneceu com o quadro de saúde estável, mas precisou ser intubado no quinto dia após convulsionar. O vigilante morreu na noite de domingo.

“No dia 4 de abril, eu já não conseguia mais subir escada tamanha era a falta de ar que sentia e fui com a minha mãe para o Irmã Dulce. Eles fizeram uma tomografia que mostrou que o pulmão dela parecia um vidro quebrado, uma das características da doença. Transferiram ela na hora para o Hospital Guilherme Álvaro de Santos, que tem uma ala exclusiva para a covid-19, e meu convênio me internou em um hospital particular, onde permaneci por cinco dias”, disse a técnica de enfermagem. “Minha mãe não sabe de nada, Não sabe que a família toda ficou doente e que meu irmão faleceu. A única notícia boa é que hoje os médicos tiraram a sedação e a previsão é que amanhã ela saia da intubação”, relatou.

O vigilante deixou mulher e dois filhos, um de 2 e outro de 9 anos, que fez aniversário no domingo.

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