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Quando o refluxo pode evoluir para câncer?

Condição que afeta entre 12% e 20% da população brasileira, o refluxo pode se agravar e desenvolver condições mais preocupantes, como o câncer de esôfago

O refluxo gastroesofágico é uma doença digestiva que consiste no retorno do conteúdo estomacal para esôfago, causando queimações e desconfortos na parte superior do abdômen e peito. Quando essa condição se encontra em uma fase crônica, pode evoluir para câncer de esôfago, principalmente se não for tratado de forma adequada. 

​Um dos diagnósticos mais comuns na gastroenterologia, a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) tem dois subtipos em que se dividem os sintomas e tipos de diagnósticos. Com essa nova divisão, formulada por um estudo do The American Journal of Gastroenterology, o refluxo pode ter diagnósticos mais precisos sobre os graus de lesões e formas de tratamento.

Subtipos do refluxo:

● Erosiva, quando é identificada a esofagite, ou seja, lesões na parede do esôfago;

● Não erosiva, quando o refluxo está normal, sem desgaste na mucosa esofágica.

Identificar corretamente o subtipo de refluxo é essencial para otimizar o tratamento. Essa abordagem permite que os médicos associem os resultados dos exames aos diferentes subtipos da doença, contribuindo para uma terapia mais eficaz.

Ao ter diagnóstico e tratamento negligenciados, esse desgaste pode causar inflamações que alteram os tecidos do esôfago. O retorno do ácido do estômago para o tubo alimentar pode causar irritações na mucosa, estreitamento do esôfago, pneumonia e lesões que podem evoluir para o câncer. Úlceras ou estenoses esofágicas também podem indicar inflamação crônica, ou presença de lesões malignas.

Como o refluxo pode evoluir para o câncer?

“Um dos principais riscos do refluxo não tratado é o surgimento de uma doença chamada ‘Esôfago de Barret’, a qual é uma condição pré-cancerosa que pode evoluir a um diagnóstico de câncer. É importante que o refluxo, ao persistir por longos períodos, seja investigado para um diagnóstico precoce.” Explica o Dr. Eduardo Grecco, cirurgião do aparelho digestivo da Clínica Eduardo Grecco.

O “Esôfago de Barret” é originada pelos danos repetitivos do ácido do estômago no esôfago. Com o tempo, as células dessa mucosa podem sofrer alterações que aumentam em 50 vezes os riscos de desenvolvimento de câncer, como a neoplasia.

Segundo estudo publicado no The New England Journal of Medicine (NEJM), as estimativas são de que 95% das pessoas diagnosticadas com esôfago de Barret, também tenham refluxo.

A displasia, de alto ou baixo grau, também é uma condição que pode ocorrer devido ao refluxo crônico e apresenta alterações pré-cancerosas, sendo considerada a última etapa antes do surgimento do tumor.

Como prevenir?

O diagnóstico é a primeira e uma crucial parte do processo de prevenção da doença, conforme o Dr. Grecco. Diferentes formas de examinar o refluxo podem identificar um câncer no esôfago e diagnosticar a doença de forma precoce.

O câncer de esôfago pode ser identificado por meio de sinais clínicos, exames de imagem e testes laboratoriais. Algumas formas de detecção incluem exames diagnósticos como endoscopia digestiva alta, biópsia, tomografia ou ultrassom.

“Sintomas como dor ou desconforto ao engolir, rouquidão persistente, tosse crônica e sangramento digestivo (fezes escuras ou vômito com sangue), são formas de identificar que os sinais uma possível doença mais agravada no aparelho digestivo” – Esclarece o especialista – “Quando o refluxo crônico evolui para um quadro mais grave como esse, sãosugeridos os tratamentos direcionados ao refluxo sejam associados às intervenções para as complicações específicas.”

Para evitar o desenvolvimento de condições digestivas que favorecem o câncer de esôfago, como o Esôfago de Barret, as indicações de cuidados são similares aos recomendados para aliviar o refluxo. O cirurgião indica evitar a ingestão de bebidas alcoólicas, comidas ácidas ou muito gordurosas, café, fazer refeições muito volumosas ou momentos antes de dormir.



Rojas Comunicação
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